quarta-feira, 9 de março de 2011

AS GIRIAS (O que se falava)

ABAFAR:
Arrasar, chegar e fazer com que todos os olhares se voltassem na sua direção. Daí a expressão “crente que está abafando”.

ARQUIVADO:
Usava-se para designar alguém marcado, perseguido, impossibilitado de trabalhar. A palavra também era utilizada para se referir a um disco que não vendia.

BIRUTA :
Doido. Maluco. A palavra foi imortalizada em Eu não tenho namorado, cantada por Celly Campelo, em que, Tony Campello pergunta para a irmã: Você ficou biruta?

BROTO LEGAL:
Garoto ou garota interessante.

BARRA LIMPA:
A expressão significava que estava tudo em ordem, que não havia nada impedido a realização de um determinado programa.Dizia-se que a barra estava limpa quando se queria dizer que estava tudo muito bem, sem problemas. Um broto barra limpa era a mesma coisa que um broto legal.

BIDU:
Coisa ou pessoa genial, notável.

BICÃO:
Alguém que queria entrar num grupo social mais elevado e, para tanto, estava dispostos a tudo.

BECA:
Terno. A roupa masculina usada em festas, geralmente paletó e gravata.

BOCA DE SINO:
Um modismo que fez com as calças masculinas e femininas da época se al;argassem cada vez mais.

BATALHAR:
Tentar conquistar alguém.

BODE DE CANOA:
Pessoa receosa, desconfiada.


BENZEDOR DE ORQUESTSRA:
O maestro.

CHATÔ:
Casa ou apartamento.

CREU:
Soco, sopapo, paulada.

CASQUINHA:
Brincadeira pré-sexual superficial, sem desdobramentos de cama. Celly Campello cantava em Os dez mandamentos do broto: “Se o garoto é delicado / e mora no coração/no escuro sentado ao lado/durante toda a sessão/ tem direito a uma casquinha/ e um pouquinho de emoção/pra não perde a linha/pode só pegar na mão”.

CHÁ DE CADEIRA:
Passar o baile inteiro sem que alguém o/a tirasse para dançar. Mal que vitimava, naqueles tempos machistas, principalmente as mulheres mais tímidas e recatadas.

COCADA:
Acompanhante indesejável – quase sempre a prima ou a vizinha – que, geralmente a mando dos pais, vigiava os passos da filha que ia ao cinema ou baile com o namorado.

CURRA:
O mesmo que estupro.No fim dos anos 50, a palavra entrou para o imaginário brasileiro por causa de um dos mais famosos crimes da crônica policial do período: o assassinato de Ainda Cúri, uma jovem de 18 anos, currada e assassinada por três rapazes.

CACHORRÃO:
Pessoa amiga, boa praça, camarada.

DEIXAR FORA DO AR:
Encabular alguém, deixar alguém falando sozinho.

DAQUI, ó:
Sempre acompanhado de um gesto, que segurava com as pontas do dedo o lóbulo da orelha, significava algo muito bom, maravilhoso.

DAR BOLA:
Corresponder aos apelos amorosos ou sexuais de algué

ESTOURO:
Servia para qualificar tudo aquilo que era absolutamente excepcional e arrasador. Era o máximo uma garota ouvir ao passar na rua: -Broto, você está um estouro.

ESTAR POR FORA:
Ignorar, não saber o que estava acontecendo ao redor. Quando se dizia que alguém estava por fora, dizia-se que ele não sabia de nada.

FICAR PRA TITIA:
Não casar.

FOGUEIRA:
Negócio muito bom proposta irrecusável.

FIGURA:
Palavra usada para chamar alguém simpaticamente: ô figura, tudo bem?

FLERTAR:
O mesmo que namorar.

FARISEU:
Pessoa sem nenhuma importância.

FICAR A NENÉM:
Estar completamente duro, sem dinheiro.

GASTAR O LATIM:
Quando alguém se esforçava dando uma cantada no broto, usando todo o seu charme verbal, dizia-se que estava gastando todo o seu latim para conquistar a garota.

GATA/O:
Maneira carinhosa de chamar o broto. Aos poucos se transformou em adjetivo: ele/ela era um/a gato/gata.

GOIABÃO:
Otário, bobo.

GRAMPEAR:
Guardar na memória alguma coisa ou alguém.

LENHEIRO:
Pessoa que fazia sucesso, que estava por cima, cercada de fama, dinheiro e muito êxito

LEVAR MALA:
Ter seu pedido de dança recusado por uma dama.Nos bailinhos dos anos 60, levar mala era uma grande humilhação.

MANINHA:
Jeito gentil de chamar a amiga, sem a conotação sexual de gata.O seu uso denotava amizade, afeição, carinho.

MANJO:
Presente do indicativo do verbo manjar, que significava perceber, sacar, estar por dentro.Em Prima Dayse (gravado em 1961), Eduardo Araújo berrava a la Little Richard: “Minha prima Dayse/ manjo muito bem/ namora todo mundo/ mais não casa com ninguém”.

PAPO-FIRME:
Garota ou garoto bom/boa de prosa.Ou ainda, pessoas interessantes, desinibidas, seguras, cheias de suas próprias convicções.

PRA CHUCHU:
Significava que algo era ótimo, sensacional.Alegre pra chuchu: A pessoa estava super alegre.

PAPO FURADO:
Conversa sem pé nem cabeça, sem sentido, recheada de bobagens.

PRAFRENTEX:
Avançado, moderno, contemporâneo.Alguém dentro das novidades.

ONDA CARECA:
Proposta ruim. Tendência ou movimento ruim. Os fãs da Jovem Guarda diziam em relação
a música dos anos 50.

RISADA DE VENDER COMPACTO:
Dizia-se do cantor que ria para todo o mundo que o cumprimentava.

SACAR:
Entender, perceber.A palavra também era usada no sentido de criar.Exemplo: Fulano sacou uma frase espetacular.

SEM ESSA:
Pedir para alguém não fazer alguma coisa. Negação.

TROUXA:
Pessoa boba, otária, ingênua, desinformada.

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